És moça, mas como moça mesmo não chegas a ser muita coisa.
Mente que é uma desgraça,
Muda de realidade como quem muda de roupa,
Muda o jeito, muda a voz e só não muda a cara porque não tem essa liberdade.
É ordinária, previsível, porém insuportável,
E quando cisma, cisma de um jeito que ninguém aguenta.
Faz o que quer e desiste do que dá muito trabalho ou leva tempo.
Paga de auto conhecedora e fala de si pelos cantos, mas tá sempre perdida e sem ter certeza de quem é.
Não chora. Tem vontade mas sempre dá defeito. Joga a raiva nos outros.
Pinta até morrer de alergia pelo cheiro forte da tinta com a qual fez o favor de sujar tudo.
Dorme tarde, teima. Falta aula.
Insiste em escrever textos e mais textos sobre um romance que não existe na vida real. E que te inclui.
Você é egoísta e desleixada. Irresponsável. Já tá na sua hora de crescer.
Esquece a bebida. Esquece os cigarros. E esquece o sexo.
O importante é que você estude no lugar de escrever poemas que ninguém vai ver.
Quer desistir do curso que mal começou porque não quer ter que sofrer no aprendizado.
Cresce. Cresce, criança.
E diz que vai se matar, mais pra si mesma do que pra qualquer um.
Guarda isso como um trunfo pra acalmar a alma.
Propõe sempre mais perguntas no lugar das decisões.
Prefere questionar. É mais seguro.
Não gosta de exercício, nem de salão e nem de se cuidar.
Se deixar come tudo que tiver na geladeira, exceto os vegetais.
Toma banho quando tá afim.
É isso que tu chama de liberdade?
A concha não vai existir pra sempre.
Esse autismo que tu guarda não vai te ajudar em nada. Se toca.
Não dessa forma que você faz por tédio ou por remédio. Se liga, faz as coisas, corre atrás.
Vai dormir que tu tem aula amanhã. Vê se fala com as pessoas.
Vê se finge direito, já que você insiste em fingir.
Vai procurar tua terapeuta.
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