terça-feira, 24 de março de 2015

Terça-feira, saco vazio

E agora, o que faço?
Onde termino esse poema quando tenho mais dois e meio
Esperando pela sua devida conclusão?
É assim que todos os amores vão se instalando no meu cérebro,
Antigos nômades que se hospedam em mim.
E sedentarizam.
O que eu faço com essa dor de cabeça
E essa carência que não vêm de lugar nenhum?
Escrevo dois textos simultâneos?
Aguardo tua presença?
Durmo?
Esse frio de terça já não me deixa pensar.
Esse agrado de clima e ninguém pra compartilhar...
É chato.
Termino três poemas e me deito.
Mas preferia fazer sexo,
Mas preferia um chocolate quente.
Preferia ter você aqui pra conversar tão baixo
Que quase viraríamos silêncio.
Assim eu não teria vontade de chorar.
Um dia vazio me leva a perguntas.
E perguntas não levam a lugar nenhum.
Eu queria você aqui (mas provavelmente passaria a te odiar).
Não gosto quando você me encanta,
E gosto menos ainda quando não o faz.
Percebe? O meu futuro permanece vazio, sempre.
Não há poema que me mate essa certeza.
E algumas certezas só servem para nos castrar.
Não quero ser sozinha sempre.
Definitivamente não.

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