quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Destoante

Não sou de aparências
Não quero ser
Se perco a linha
Se me perco e peco
Perante meus próprios princípios
Se rogo a morte de outro
Se me revolto
Sou a consequência de meus atos
Não rezo ou peço perdão,
Assumo a culpa
Não sou a vazia justificativa
Daqueles que falseiam o ser
Sou meus machucados, cicatrizes,
Matéria orgância
Excessos expelidos de mim
Sou o sebo, o caos, o medo
Mas não sou a reprodução condenada
Repetição programada
De tudo aquilo que já fracassou
Sou o feio,
O desprezível,
O deplorável.
Aquilo que há de mais humano
Na sociedade,
Sou em mim
O que nos torna todos reais.

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