Eu sou
Sempre serei
Este vazio violentado
Esta falta de amor
Congênita
E a insaciável
Ânsia
De existir
Ou deixar de.
O que me foi tirado,
Qual lacre rompido
De ingenuidade, infância;
O que me foi negado,
E pago
Com suor e notas
Contaminadas,
Jamais pode ser
Preenchido.
Minha fome,
Minha miséria intrínseca
São algo mais que um fardo:
Degeneração pungente.
O retrato de minha morte,
Meu epílogo.
No oco espaço
Que preenche meus ossos,
Ecoa um lamento agudo,
Vitimado.
O primeiro fôlego
De quando me pari.
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