Meus olhos não pregam
Como as mãos de cristo
Não sei se tento enxergar algum milagre
Ou só aceito como Buda ou algum sábio
De que outra maneira-?
Meus enormes negros, fundos
Olhos de coruja
A nova voz no meu sonar
Mais alguém em quem confiar...
E meus cílios como cola para postiços,
Colados nas pálpebras,
Arregalada
Laranja Mecânica
Me digo
Que não desligue
Não desligue
Não, você não pode desligar agora
Mas ao deitar e implorar tudo está em pleno neon
Sigo acesa
E o caos e o caos e eu penso
O que fazer com este caos
Então me sento frágil
Forte
As duas simultâneas, juntas
Acordadas,
Sigo a descascar o caos
Como uma cebola que ardesse os olhos
Mas dessa vez, mastigo as partes
Engulo
Uma após a outra
Após a outra
E após
Até que não me seja mais possível descamar
Em tamanha náusea, no passado
Alguém me daria um chá
Um chá de boldo, pra enjoar
E colocar tudo de ruim pra fora
Engulo o chá.
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