Fez as pazes com o mar.
Quando sumergiu o último fio de cabelo,
Tal qual alga desidratada, esverdeou-se.
Um quase dourado, desbotado do sol.
E antes que descolasse os lábios mais uma vez,
Quase foi possível ver reluzir o azul metálico de sua cauda escorrendo por entre os cardumes prateados.
"Nunca mais eu volto para cá"
Ela balbuciou entre bolhas.
Voltou para o mundo dos homens.
Sem saber muito bem por quê.
Sem justificativa de peso,
Sem nunca se acostumar aos passos tortos,
Sem nunca comer, ou gostar de ver
Em cativeiro seus amigos do mar.
Partiu, para nunca mais voltar.
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