Não existe mais tempo
Para um romance
Ou livro de poesias.
Não há mais dinheiro,
Crédito em conta no banco
Ou serviço a ser feito
Para ganhá-lo,
E assim, financiar
O romance
Ou as poesias.
A arte, desde que sei
Tem custado o suor e dor
De quem trabalha
Para em sua classe média
Sustentar
Um breve momento de apreço
Pelo vazio perpétuo
Cravado
No ponto cego
Do dentro.
Não existem mais maneiras
De se fazer arte
Sem demandar dinheiro
Ou tempo
Ou a própria vida:
Lágrimas e sangue sob a cova.
Não existe mais esperança
Para nós
Do submundo:
Os sub-humanos,
Filhos frutos
De dinheiro e dor.
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