Abro as minhas pernas
Para quem quiser primeiro
Os goles gelados descem
Tornando meus órgãos
Um lindo casaco aveludado
Coberta de infância
Onde se goza rindo a violência
Os gritos e os pneus derrapados
As unhas fincadas nos fios
As entranhas de cimento
Carimbadas rosa na testa
Bebo de seus lábios
Meu pseudo cônjuge
Meu hóspede distante
A voz de alguém que conheço
Escorrendo de minha menina
Um clone delicioso
Uma cama dizendo meu nome
E me acolhendo nos braços
Tomando-me os joelhos quentes
E os olhos pesados
Me desmancho no enrolar da sua língua
Quero estar contigo
Uma única companhia
À deriva comigo
No olho do furacão
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