- Senti sua falta.
- Vadia.
- O que foi que você...?!
- Vadia. Você é uma bela de uma vadia.
- Quem é você?
- Até parece que você não sabe. Pelo amor de deus, Talita.
- Desde quando você me chama pelo meu nome? O que aconteceu?
- Estou cansado.
- De quê?
- De você. Dos seus joguinhos, dos seus caprichos, dos seus sumiços. Dos seus serviços... De tudo.
- Entendo.
- Eu quero morrer, Talita.
- Eu também, querido. Eu também.
- Você nem se importa. Tá mais preocupada com a própria depressão do que com qualquer um no resto do mundo. Sempre egoísta, não é?
- Me desculpe.
- Não fale isso da boca pra fora! Sua falsa, fingida! Você sempre faz isso, não é? Chega aqui dizendo que sente minha falta, que se importa... Você só mente pra mim.
- Não existe verdade, você sabe...
- Por que você mente pra mim? Por quê, hein?
- Eu não tenho essa intenção, você sabe disso.
- Por que você sempre tem que voltar?
- Porque se eu não voltar, eu morro.
- Mentira.
- Não posso te convencer disso, mas é verdade.
- Você disse que não existem verdades.
- Eu digo muitas coisas contraditórias.
- Por que você vai?
- Porque ficar aqui me sufoca. Porque minha mente é agitada demais pra permitir que meu corpo more em um só lugar.Mas eu te amo. Eu te amo, juro que amo.
- Droga, garota. Eu te amo. Eu te odeio porque te amo. Eu me odeio porque te amo.
- Não se odeie, por favor.
- Então pare de fazer isso comigo.
- E se eu prometer que vou passar seis meses aqui?
- É confiável essa promessa?
- É. Sem fugas. Só não posso prometer que vai ser sem brigas.
- Seria bom. Só...
- Se eu precisar sair, eu juro que vou te avisar e explicar aonde eu vou.
- Eu queria que você não saísse nunca mais...
- Eu sei, querido, eu sei.
- Mas você não pode.
- Não.
- Eu te perdoo por me deixar aqui sozinho.
- Obrigada, meu amor.
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