Eu sou uma criatura revolucionária.
Ele me puxa pelo pescoço
E me manda ajoelhar.
Cada vez que sua violência
Pesa em minha face,
Eu sinto milhões de beijos
Explodirem dentro de mim.
Seus enormes dedos
Me violam os fios de cabelo,
E tentando arrancá-los
Me carregam para onde eu devo ir.
É a minha revolução
Que se deita sobre o carinho
Destes dois olhos.
Porque nasci e pari
Este único propósito:
Desobedecer.
E quanto mais forte a mão
Que me alicerça,
Maior a minha segurança
Ao perfurar os mesmos dois olhos
E resistir.
Ele me leva feito cadela,
Pela coleira, de quatro,
Nua, pelo chão.
Me beija e me fode os lábios
De criatura revolucionária
E dentro deles
Sustenta
E honra
A minha revolução.
Nenhum comentário:
Postar um comentário