Eu tropeço em água
E num sobressalto
Pedro voa para o alto
Sobe na cama
Num susto
Ofegante eu tenho
Minha primeira briga contigo
Me vejo no espelho
Acostumei aos cabelos
De carboidrato
Hidrato meu rosto
Meia noite e cinquenta e quatro
Está quase no ponto
Foram seis horas e meia
Gestando essa obra de arte
Meus dedos se abrem
Como acordados de súbito
De um silêncio profundo
De um sono de décadas
Um sonífero que passasse o efeito
Depois de descansar-me
Programada
E põe-me a escrever
Eu não tenho nome
Tudo que pra mim era um dia certo
Como as rimas
E tempo médio do poema
Se desvanece e morre
Eu não tenho futuro
E não posso fazer promessas
Tudo que tenho é essa imagem no espelho
Que no susto de Pedro
Me soou perfeitamente familiar
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