terça-feira, 3 de setembro de 2013

Adeus.

   Quantos textos será que eu já te escrevi? A relação de submissão e posse é muito, muito complicada. E encantadora, devo admitir. Você não percebe o quanto magoa sua dona quando se solta das correntes? Meu querido, eu pertenço à minha vítima sempre que estamos sozinhos na sua cela. Mas você está sendo envenenado por ela, pela víbora... Ah, maldita asquerosa. Ela vive te soltando de onde é o seu lugar. Sei que ela vai te levar um dia, eu sei... É só questão de tempo, não é? Apenas a inércia de estar ali preso que ainda te mantém por perto. Isso e talvez um pouco da dificuldade que nós todos temos de tragá-la sem nos sufocarmos. Ela é maravilhosamente tóxica. E espero que você seja realmente imune a esse veneno. Espero que você não tenha nascido com este mesmo dom. Estou deixando você ir de dentro de mim. Porque você está me afastando. E vou deixar aos poucos. E vai continuar doendo. Mas eu sei que você vai embora. Eu sei. Adeus. Adeus de lá de dentro de mim. Espero poder deixar uma bela de uma cicatriz antes que você se vá.

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