Ela o toca nos ombros, e então na nuca com seus dedos descompassados. Ele reage discretamente, e ela continua. A mão percorre os fios de cabelo, contorna a orelha e desce do queixo ao peito descoberto. Ele permanece tímido. Ela chega na cintura e o aperta de leve. O segura. Isso é amor. Mas que espécie de amor é esse? Um amor que exige o toque. O amor exige o toque. E ela quer conhecer cada detalhe. O espaço por dentro da calça, e também os cotovelos. Os dedos quentes e umedecidos de suor. A palma da mão. A coxa, os tornozelos. A sola do pé. Até os cílios ela quer tocar, sentir. Amar. Ele é ali alguém que ninguém mais é. E isso a instiga, torna-a inquietude plena. Movimentos lentos, pensamentos. Fixação.
07/01/2014 II
Nenhum comentário:
Postar um comentário