quarta-feira, 16 de abril de 2014

E se eu morrer mas viver de novo?

Mas se eu te disser de onde vêm as coisas sem sentido que eu te digo, você vai sair correndo. Você vai sair correndo...
Pro outro lado do mundo.
Se você me entender, só por acaso, em uma esquina qualquer povoada ou não, isso só vai me dizer
Que você também é louco
Que você também é louca
Que você nem mesmo existe
Nem aqui nem acolá
Mas se eu te contar dos meus ciúmes que só surgem de vez em quando, do seu porteiro mas não do namorado,
Você vai ter muito medo
Vai ficar desnorteado.
E se eu te disser das noites em que nem mesmo me lembro, que você sequer existe, talvez você fique triste, porque eu te deixei tão só.
E se um dia você descobrir que minha alma é toda despetalada.
Que eu sou desintegrada.
Talvez você fique puta. Talvez desapareça.
E talvez eu nem me importe.
Ou quem sabe eu volte te pedindo pra passar só uma noite na minha cama.
Sem dizer que me ama.
Só pedindo pra você me espancar.
E se de súbito eu resolver dançar, ou me jogar na frente de um carro
Em alta velocidade. Se eu rir como se fosse noite de sábado, ou se eu tivesse gozado.
Se eu rir como se fosse te matar.
Ou se eu chorar, como se te amasse mesmo, como se você fosse tudo de que eu sempre precisei.
A confusão que eu traria, mas ela seria tanta que você morreria no processo,
E eu também morro todo dia
Me vendo de uma cor diferente no espelho.
Espelho torto
Mas eu morro, e morro sempre
E já não sei o que fazer comigo, então por que é que você saberia?
Essa histeria que me conduz e persegue.
Esse meu ser interminado
Me impede de ser algo com alguém
Com você
E com todos eles também

Não consigo lidar com o mundo
Porque se um dia você me conhecer um pouco direito
Você vai morrer comigo
Ou se matar
Enlouquecer
Ou vai fugir de vez
E aí eu morro de novo
E de novo
E de novo.

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