segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

O tempo e o sol

Andar contigo
Até doer os pés,
Tomar um sorvete.
Rir até dobrar os joelhos,
Fazer planos.

Cadê você?
E a nossa gelatina,
E os nossos beijos,
E as nossas mãos inquietas,
Cadê?

Cadê você?
Você se lembra
Dos poemas que eu escrevia
Sobre nós e sobre o sol?
Você se lembra
De como eu estava sempre triste,
De como eu sempre pedia a sua ajuda?
Você agora não pode me abraçar.

Eu sinto falta daquele lugar.
Hoje tudo parece mais quente
Do que costumava ser
Antigamente.
Eu te amava.

Eu te amava
Quando eu ainda era gente.
Quando doía o que doía
E quando gargalhava sobre as coisas boas.
Antes de ficar tudo ao contrário.
Antes do relicário,
Antes de o amor me machucar.

Agora eu não confio,
Não te desafio.
Nem quero mais ficar
Tão do seu lado.
Está errado.
Tudo isso está errado.
Cadê você? Cadê?
Eu não me encontro mais onde eu deixei
E onde te deixei de lado,
Tão cansado
De já não estar comigo.

Eu te perdoo
Pelo tudo que eu te digo
Que tu fez.
Eu te perdoo
Por ter se tornado,
Ainda meu amigo,
Alguém que não me quer.

Mas onde está você?
Ainda me pergunto.
Como faço pra voltar no tempo?
Eu não sei mais amar.
Nem a você.

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