terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Tristeza n°14

Perco meus dedos
Aos poucos
Se derretem
Perante a falta de toque
Congelo
Na falta do teu calor
Meus olhos fecham
De novo e de novo
Pesam
Minha língua me odeia
Pelas amarguras
Que tenho engolido
Eu sinto tanta saudade de você
Que tudo odeio.

Me perdoa, me perdoa
Por ter sido tão ingrata
Por não me sentir amada
Não mais, não agora
Me perdoa, me perdoa
Por não me sentir inteira,
Capaz de ser tua,
Capaz de ser feliz.

Se não desmaio
Em cinco minutos,
Se não dessa vez,
Te amo.

Nada sei sobre este mundo
E suas misérias
Nada sei sobre o caos que sou
E nada sei
Do que deveria saber
Sobre quem tu és.
Em meu isolamento,
Egocentrismo leonino
E tudo mais,
Encontro letras pra dizer
Só isto,
Este pouco, antes de ser
Completamente inútil
E desistir:
Eu vejo em você
Uma beleza que em ninguém mais.

E se não valer a pena
Lutar por isto,
Pelo que mais
Valeria a pena
Sorrir?

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