Ficaria tudo perfeito se eu tivesse um cigarro.
É uma pena que meu organismo tenha me proibido.
Já sei onde está. Objetivo inalcançável.
O perigo fugiu de mim. Assim, o jogo perde o sentido. Perde o gosto.
O gosto de erro, o gosto de morte. Não posso mais sentir nada disso.
E assim, minha vida se torna novamente vazia.
Quando foi que eu me perdi do meu objetivo? Me perdi para o bem.
Injustamente manipulada.
Ainda é bom ter as veias assim tão abertas para a entrada de toda e qualquer toxina fatal.
Percebo agora o que me faz tanta falta. E só assim sou capaz de percebê-lo.
Deixada só comigo mesma. Abandonada. Negligência Salutar.
Escolha própria.
Percebo agora que o que me falta não é amor, e sim o perigo.
As pupilas dilatadas e o desespero entalado na garganta.
A mente suja e insuportavelmente ocupada.
Me falta beijar dona morte novamente. Me entregar ao perigo de assassinato iminente.
Sentir o sexo como sentia a fumaça na rua negra.
Oscilar entre o suicídio e o orgasmo.
Me faltam essas pausas preenchidas, disfarçadas com pontos finais e parágrafos.
Como se fossem versos do meu masoquismo.
E então o momento do qual não sinto falta. E chega.
O fim.
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