Escrever. É o tipo de verbo que rende uma página como assunto, duas, três. Especialmente porque textos são sempre sobre mim, e de mim eu gosto de falar além da conta. Mas hoje é bom falar sobre escrever. Especialmente porque inspiração não me falta (mesmo eu já não sabendo muito como passar isso ao papel). Escrever tem laços com meu passado, e muito com o futuro falso que eu tenho em mente. Fala muito sobre a minha vontade de viver. De viver acompanhada. E sempre que eu falo sobre morrer e sobre como eu sou tão errada, e sobre morte, é a minha maneira de dizer que quero mesmo é ser feliz e não cortar os pulsos. Não quero ser sozinha. E tenho esse mundo só meu. No papel, na internet, nesse blog todo verde-esperança. Verde-tímido. Verde-quero-ser-feliz-e-não-sei-como.
Começou quando uma amiga me ensinou que eu podia criar a vida como eu quisesse. Que eu tinha essa liberdade de controlar as coisas dentro da minha mente, ou em um papel. E que eu não seria deplorável por escrever assim à minha maneira. E colocar tudo tão sem graça, tão infantil, tão desesperado. E que afinal não era tão mau assim. De alguma forma ela me ensinou que eu podia buscar minha felicidade em mim mesma, e na busca de outras pessoas, tão cheias de problemas como eu. E aí eu descobri que era bem fácil. E que era relaxante poder fazer alguma coisa da forma que eu quisesse. Sem interferência, sem limitações. Viver uma vida um pouco melhor que a minha. Alimentar a esperança no amor.
Enfim, escrever se tornou minha maneira de sobreviver aos chamados "surtos", e de me obrigar a acreditar que coisas boas ainda podiam acontecer. Hoje escrevo no banho, na rua, na sms-rascunho do celular, na mão, na folha e em qualquer lugar. Às vezes escrevo dentro de mim, e tenho medo que alguém me leia pelo olhar, mas está tudo bem. Se alguém me ler ao menos me sinto importante o suficiente para ser lida. E estou novamente só falando sobre mim. Mas aqui eu posso, não é? Aqui o mundo é meu. Escrever me faz sentir assim. Dona do mundo. Uma rainha do otimismo.
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