Me tiraram o amor
Me tiraram minhas fodas
Me tiraram meu cigarro
Me tiraram minha dor
Me tiraram minha paz
Me tiraram minhas noites de sono
Me deixaram esse cansaço maldito
E esse ódio que paira bem no centro de mim
Me deixaram essa respiração falha
E me deixaram essa vontade de morrer
Me trancaram num quarto povoado
De coisas e de gentes que me explodem
Me deixaram uma garrafa de álcool
E umas chances de fazer tudo pior
Me deixaram uma culpa desgraçada
De tudo que faço para o meu melhor
Me deixaram uns berros
Me deixaram aos berros secos
Me deixaram sem saber pra onde ir
Me deixaram essa vontade de chorar
Mas tomaram todas as minhas lágrimas
Me tomaram meu sangue
Me tomaram meu tesão
Me tomaram até as minhas esperanças
Me engoliram a bondade
A doçura
A nobreza
Sou puta adoecida
Um cão sacrificado
Um pó que insistem em assoprar pra todo lado
Eles insistem,
Mas eu não sou ninguém
Não sou ninguém
Não sou ninguém
Não sou ninguém
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