Um emborrachado alienígena
Mas racho, um cimento velho, asfalto
Me espatifo em mil pedaços,
Argila, barro, blocos deslocados,
Costurados, pendurados,
Por minhas articulações de pano
Quero fazer uma casa na água
Virar de vez um peixe
Ir morar debaixo
A gravidade doeria menos
Meus pulmões não serviriam de nada
E nadar certamente cairia bem
Como um exercício
Porém tenho pensado,
Se não desmorono
ou deságuo
Poderia fazer um som nos meus cacos?
Será que se eu criasse alguma melodia,
Faria sentido,
Como as poesias que escuto
até que me explodam os tímpanos
Ou
Eu só faço sentido assim em silêncio
e invisível;
Uma geleia de nada?
Nenhum comentário:
Postar um comentário