Assim que ela entra no cômodo, se dirige à janela.
- Vem, querida.
- Estou indo.
- Se importa se eu acender um cigarro?
- Não. Claro que não.
- Quer um?
- Aceito.
Ela tira um maço e um isqueiro do bolso de trás da calça jeans.
- Aqui.
Ela acende o cigarro da outra.
- Obrigada.
- De nada, querida.
Ela acende o próprio cigarro também. Por um tempo, só se escuta as duas dando suas tragadas.
- Eu já te falei que gosto de janelas?
- Não, pequena. Não me disse.
Ela se debruça na janela. A outra a observa.
- Elas me dão tanta esperança quanto você.
- Jura?
A outra se senta no parapeito da janela, ao lado dela.
- Ei! Você pode cair daí! Cuidado!
- Não se preocupe. A vista aqui é bonita.
Ela deixa o próprio cigarro no cinzeiro ali do lado e se encaixa entre as pernas da outra. Envolve sua cintura.
- Gosto de você. Gosto do seu jeito.
Seus lábios se aproximam. Elas compartilham a fumaça em suas respirações. Ela puxa o corpo da outra contra o próprio.
- Eu também. - a outra sussurra.
Elas se beijam e esperam o nada acontecer.
Bom, esse é o gosto.
2 comentários:
gostei do barulho da chuva
Haha, obrigada. Que bom que gostou (:
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