Ei, moça
Me empresta um trago desse teu cigarro
Antes que eu me apaixone
Por esse teu cheiro de nicotina
Ô, moça
Me vê só um cigarrinho desse
Deixa eu acender no teu
Te faço um verso
Não sei por quanto tempo
Vou ter que esconder que sou má
Seis tragos, nada mais
Prometo que viro do avesso
Pro lado certo de novo
Ah, esse cheiro, moça
Esse mar
Essa poluição particular
Me cede um pouco de morte
Que nem tudo aqui é bom
Que a vida também doi de vez em quando
Eu juro que me esforço
Não quero o maço inteiro
Que a minha dor tem validade
Eu fumo, mas não é por vaidade
Também não por vício
Só quero um veneno de rato
Só de vez em quando
Em noite de lua cheia
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