Querido alguém,
Te escrevo esta carta na esperança de que o universo a faça chegar até você. Eu sempre fui fã de cartas e espero que você aprecie isso em mim. Também espero que entenda o meu gosto por artes manuais e que goste de comer comigo. Eu gosto de comer muitas coisas e adoraria ter companhia nesses momentos. Eu sou muito sozinha, entende? Apesar de ter família e amigos, eu sou sempre muito sozinha. Por dentro. Espero que você me compreenda. Empatia é fundamental. Também paciência. Eu prometo ser sempre (ou quase sempre) paciente com você. Prometo prezar pelos teus sonhos, hobbies, carreira, amigos e família. Prometo me esforçar para que tu seja feliz como precisar ser. E peço em troca que se importe. Que me ouça e me observe. Que esteja comigo. Eu posso ser a pessoa mais compreensiva e bondosa que você já conheceu. Eu juro. Eu vivo para tentar entender as pessoas. Se eu dissesse aqui todos os meus gostos, não seria justo com a minha capacidade de adaptação.
Pensando bem, direi assim mesmo. Eu gosto de escrever, de ler, de pintar, de nadar e de cantar às vezes. Tenho medo da solidão, de trocar olhares com desconhecidos e de andar sozinha à noite. Amo borboletas, odeio percevejos. E prefiro cachorros a gatos. Estou cursando psicologia e a minha autoconfiança é bem instável a respeito de qualquer coisa. Prefiro o frio a calor e amo dias chuvosos, apesar de eles mexerem um pouco comigo. O assunto sexo me assusta, porque não sei tratá-lo como um acontecimento normal. É sempre demais ou de menos e isso me incomoda. Eu não sei equilibrar bem as coisas, embora a minha terapeuta diga o contrário. Meus pais são muito importantes para mim. E ter uma companhia real também. Espero que você seja real.
De alguma forma, eu sempre acreditei nos sinais minúsculos e absurdos do universo para me mostrar a minha própria vida. E eu não quero que ela seja tão triste. Por isso, por favor, me encontre. E se um dia for embora, por favor, seja gentil ao me machucar.
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