quarta-feira, 29 de julho de 2015

Desconfortável

Não.
Não serei boazinha.
Porque não me confio à tua malícia.
Porque trancafiada está a fera
E assim deve permanecer.
Não serei boazinha
Pois não é do meu feitio.
Porque apesar das pernas fechadas,
Porque apesar da fachada
E dos vasos de flores na janela,
Teu nome já não me veste bem
Quando agoniza a pele em brasas.
Porque ainda contas a validade das coisas.
Porque ainda te faz de fraco,
Quando não te consideras tal ser.
Porque cansei-me do tanto que tu me cansaste.

Não minta,
Não invente,
O mundo não segue em contramão.

Talvez eu subestime a tua ignorância às vezes.

Bem, siga os teus quereres
Sejam eles quais forem.
É isso o que todos fazem.
Segue-te a ti mesmo,
E não cante que te importas
Com qualquer periferia de tu.

Nada disso me cabe.
Nada disso me importa.
Nada disso é escolha minha.
Tu buscas terreno,
Obsceno de tão imoral.
Não sou
O teu reflexo no espelho manchado.
Não sou
O teu quebra-cabeças,
Teu hobby,
Tua diversão de fim de férias.

Só te tratarei como humano
Quando o fores.

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