Uma, duas, três margaridas no meu caminho.
Não vejo frutas, alimentos de qualquer espécie.
Vou morrer de inanição desta maneira.
Margaridas, sempre margaridas no caminho.
Plantadas frente à minha toca.
Almas imortais em forma de brancura, luminescência.
As malditas margaridas deixando o meu jardim insuportavelmente bonito.
Mas se não tenho alimento,
Como esperam que eu não as coma?
Me perdoem vocês, flores, se eu der-lhes uma lambida vez ou outra.
São as pétalas formosas, cheirando a amor e satisfação.
Me perdoem vocês, flores, se eu lhes sonhar um banquete de buquê.
Eu sinto fome. É meu instinto procurar o que comer.
Se nada consumo,
Se não há consistência em alimentos,
Se não devo comer as flores, margaridas,
Por serem demasiado bonitas
Para a minha breve nutrição,
Por que são as flores essenciais ao meu jardim?
E mais,
Por que as considero tão bonitas,
Se nunca poderei comê-las propriamente, devidamente, engolir e carregar ao estômago?
Que há de evoluído na falta de vitaminas e energia?
Nenhum comentário:
Postar um comentário