Ele a chamou.
Ela estava dispersa, como sempre tentando varrer o excesso de pensamentos de si. Eram todos bons. Não fazia sentido repetir que o amava mentalmente tantas vezes em tão pouco tempo. Sua voz não conseguia acompanhá-la, por isso estava em silêncio.
Ele a chamou.
Seu coração disparou como de costume. Ela o olhou fixamente, como se estivesse prestes a literalmente cair de amores por ele.
Ele acenou para que ela se aproximasse.
Ela foi.
Ele tocou sua testa com o dedo indicador e médio. Choque.
Ela era como uma cafeteira, produzindo um líquido quente. Chá, na verdade.
Kiwi tea.
- Eu amo você.
Ela queria ter dito vinte vezes seguidas, mas se conteve. Contemplava os olhos escuros dele.
Ele disse que também a amava.
Tudo parecia andar meio devagar.
- Eu preciso ir. Eu preciso ir.
Mas ela não queria. Queria ficar ali pra sempre.
Interrompeu o contato visual.
Virou-se de costas e abriu a porta.
Parou um segundo, olhou para o céu lá fora.
Sussurou:
- Obrigada.
E foi.
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