Desta noite.
Enquanto eu terminava a minha terceira refeição fora de hora, o primeiro amante já tinha se despedido. Dissera que ia falar com ela, e aparentava estar ainda ali. Não dei mais atenção. Havia o amante número dois. Este a essa altura já cansado, um tanto também frustrado, ainda me queria mas preferiu ir. Este se despedia mal. De alguma forma queria algo que eu não poderia lhe dar. E foi-se ao encontro de sua esposa, como o amante um fazia. Já o amante três, a essa altura já devia estar dormindo. E olha que este era o que costumava me prolongar as noites. Mas agora ele também tinha ela. Uma nova moça para povoar seu dia vazio. Os três amantes acompanhados, e eu descansando de meu trabalho terminado. E minha refeição. O que me restava da noite antes que eu adormecesse e depois fosse ao encontro de minha quarta companhia. Engraçado que, sendo o quarto, era no quarto que ele nunca havia estado comigo. Ele só tinha estado nos meus pensamentos, só de vez em quando. E entre minhas palavras. Este era o amante que não me tocava por debaixo do tecido, nem nos pedaços de pele mais sensível. O amante número quatro dormia, e aguardava satisfeito pelo nosso encontro incomum no dia que viria logo. Eu teria poucas horas de sono até lá. Mas valia a pena. Pelo menos este era bem mais estável. E olha que eu nunca prezei pela a estabilidade de um amante. Mas ele não parecia querer ninguém. Ao menos eu poderia descansar acompanhada. Sem outras mulheres numa tarde de sábado. Poisé, logo após a sexta-feira.
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