Soprei a vela fina e pensei um tanto desabitada de especificidade. Sussurrei sem quase mover meus lábios pintados. Desejei. Eu queria você e isso estava bem na minha testa, bem na minha coxa. Isso estava no meu salto alto e na minha meia-calça preta. E eu ainda não entendo por que você me é tão necessário. Não há maneira de o querer sem ser quem você quer que eu seja. E sendo quem você quer que eu seja, uma hora você há de estar insatisfeito com a minha deficiência a respeito da fidelidade.
Sou o corpo negro.
Sou o olhar macio, e o lábio divertidamente ousado. Sou o inesperado conhecido.
E você me quer. Talvez por conta do feitiço nunca antes concluído. Ou talvez
nunca notado. O fogo apagou rápido e eu fui tão decidida que não tive tempo de
memorizar as exatas palavras do que eu não havia dito. Eu sei o que eu queria.
A calda de chocolate oculta também sabe. E até a o círculo derretido que se
escorreu para dentro de mim, e de minha desabitação. Te quero em mim, mas
quente. Complacente. Saliente. Incoerente.
Te quero hoje,
agora. Lá, aqui. Te quero até durante os intervalos. Te espero. É só me dizer
que vem. E você veio. As velas não mentem, querido. E meus olhos também não.
Você sabe de onde vem a minha paz. É de onde vem a sua? Então venha cá, amor.
Sei que agora você está aqui comigo. Ora essa, é o meu aniversário!
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