Recito uma melodia gótica
E que toda a tristeza faça parte
E que a solidão tenha nome
E poder sobre a humanidade
Todo o sentido
Que mora em todas as coisas
Se descolore facilmente
É preciso doer para viver
E tudo isso faz parte
De quem somos
Nós, humanos
Pessoas, nós
Essa raça estranha
Que estudamos na faculdade
Quem sou?
Não importa
Quem se importaria
Com quem eu sou
Além de mim mesma?
Somos seres egocêntricos
Tudo gira em torno de nós
E somos egoístas
Tanto na felicidade
Quanto na tristeza
É isso que somos
Apenas mudamos
A nossa crença
No que vai acontecer
A cada um de nós
É preciso estar só
É preciso estar mal
É preciso ser real
Admitir as verdades que arranham a pele
Não adianta pintar tudo de rosa
Ainda há o preto que permeia o espírito
Sempre haverá
A distopia, o ranking,
O ir e vir dos trens ou automóveis
Sempre haverá as relações
O amor, o ódio, a frustração
Sempre haverá algum tipo de espera
Em cima de tudo
A verdade
Ah, a verdade sobre todas as coisas
Às vezes é preciso estar só
E às vezes é preciso novas companhias
Não fumo
Não fumo
Não fumo o meu cigarro
Não me maltrato
Mas é fato que vou me encher de álcool
Alguma coisa eu preciso fazer
Não sou santa
Não sou puta
Não sou ninguém
Não sou Alice
Cansei de dizer que vai ficar tudo bem
Cansei de dizer que vou ser pessoa melhor
Cansei de dizer que amo
Cansei de ser criança, de ser insana
Cansei do algodão doce e do chocolate
Cansei de querer o que está fora do meu alcance
Cansei até daquelas margaridas que citei outro dia
Eu vou-me embora desse potinho de doces
Vou calar-me
Até que minha estupidez volte a raiar com o dia
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