"A verdade", ela disse. A verdade.
Ninguém nunca gostou de meus textos pela veracidade de seus conteúdo.
As pessoas querem a fantasia, o exagero, as mentiras, a ritmia literária de costume.
Ninguém realmente se importa com a verdade do outro além do que nos serve de entretenimento.
Mas ela disse que a verdade era importante.
Ela disse que a verdade salvaria o nosso mundo.
Eu percebi que eu costumava acreditar nisso.
Eu dizia: "nunca que eu vou deixar de fazer algo por orgulho".
Eu era estúpida.
Imatura, ingênua, protegida.
Envolta pela ignorância infantil.
Quem dera ainda fosse.
Quem dera tivesse medo apenas de lugares altos.
Quem dera acreditasse ainda em papai noel.
Talvez meus natais fossem melhores.
"A verdade", ela disse.
E ecoou em mim.
Eu não suporto essas mentiras.
Elas me cansam.
Às vezes penso que se tivesse a chance de ser completamente sincera, todos os meus medos iriam embora. E todas as dúvidas.
Às vezes tudo que eu quero é poder falar o que realmente penso, o que realmente sinto.
Isso é uma prisão.
Como exercício,
Como válvula de escape,
Como também autosabotagem,
Visto o contexto atual,
Vou despejar aqui algumas verdades.
Elas precisam ser ditas.
Na medida do possível, é claro.
E enrolo tanto porque tenho medo.
Mas sei que preciso parar de enrolar,
Dizer coisas fúteis,
Preciso desabafar
Com alguém de quem não tenha medo.
Ou seja: o papel.
Mas farei isso no próximo post,
Porque sim,
Para manter o foco.
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