sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Organização Padrão

Não era eu.
Vivia outra vida
Em outro mundo
Em outro tempo
Em outra ocasião.
Tinha outro nome,
Alguma outra vontade.
Possuía outra identidade
E essa não era forjada.
Existia em outro lugar.
Eu não acordava.
Eu não conseguia.
E aí, vida maldita.
Se houvesse um ladrão de sorrisos
Logo o fariam suspeito:
Interrogação, quarentena.
Até meus olhos estavam tristes.
Havia muitas coisas erradas,
Eu sabia.
Eu precisava estar naquele estado.
Não tinha avisado srta. Ana
Das visitas.
Dormia.
Um pedaço de papel impresso
Me aguardava.
Eu quase fiquei doente.

I was never Tinker, after all.
I had been Alice all this time.
And I'd try so hard to be
A good girl.
In the end,
I didn't know what to do.
How to act, who to be.
I didn't know what to say.
My mistake.
Silence.
The first quiet morning in weeks.
Lonelyness didn't bother me.

Sabia da liberdade que tinha.
Sabia como fazer aquilo.
Tinha consciência de que
A imagem se formava
De dentro para fora
E às vezes invertida, contra-lateral.
Eu decidia todos os dias
Meu futuro.
E ele era incerto.

Ele era incerto.
He was never fate.
He was a human.

Não me recordava
Do sonho.
Eu enxergava
Importâncias demais
Em tudo.
Eu era estúpida.

Mas o desatar diário
De minhas próprias mãos
Permitia o perdão exato
De tudo que eu sentia.
Eu poderia ser triste,
Eu poderia ser feliz.
O meu eu liberto
Me aceitava em todas as formas.
Eu sabia que naquele momento
Havia apenas eu e eu.

Sem sinais,
Sem Universo,
Sem a realização
De todas as coisas,
Sem catástrofes.

How to guide a stranger?

Aquelas palavras
Continuavam vindo.
Eu falava coisas que não queria.
E tudo, tudo
Era insano e insosso.
E eu estava bem com isso.
Porque aquele lugar eu conhecia.

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