quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Estocolmo: toler ou tolher

Hoje em dia eu vou dormir
Por volta das duas da madrugada
Estava lendo um texto teu
Você dizia que depois das três,
Tudo piorava
Mas você me pedia
Que sempre voltasse
E eu sempre volto pela manhã

Eu não sei por que penso em você
Quando sinto cheiro de doce barato
Eu não sei por que penso em você
Incontáveis vezes por dia

Eu não sei por que eu te escuto
Em quase todas as músicas que descubro
Ou por que encontro teu nome
Em todos os lugares
Ou por que eu te enxergo em personagens
E quero desenhar teus olhos na minha vista

Eu não sei do teu silêncio
Ou da tua fala
Eu não conheço o cheiro
Das tuas falhas
Eu não sei de onde vens
Ou para onde vais
Eu não sei o que procuras
Ou o que te satisfaz

Não te conheço,
Não importa mesmo
Eu te obceco,
Seja quem for
Vamos dividir a culpa,
Vamos fugir juntos
E nos matar

Eu me sinto
Cada vez
Mais louca

Eu conheço todos os teus passos
Mas nada que tu já tenha visto
Eu sei como tua mente funciona
A não ser que você seja um sociopata
Talvez eu que seja doente, na verdade

Eu às vezes procuro meus remédios
Mas eu sempre procuro você
Algumas vezes para te matar,
Outras pra te proteger

Eu sei que agora
Já passa das três
Você me dizia
Para não procurá-lo nesse horário

Porque é agora que eu descubro
Que eu sou completamente insana
E perigosa

A solidão faz isso com as pessoas
O escuro, o silêncio e o medo
Nos fazem virar animais

E se eu disser que te amo?
Que precisamos necessariamente ficar juntos?
Realmente juntos, por bem ou por mal?

E se eu te disser que se pudesse
Eu o forçaria a estar comigo
Para sempre?

Você se mataria?
Ou me amaria ainda mais?

Talvez,
Seja você,
Por causa dela,
Voldemort

Talvez,
Seja eu
Por causa dele,
O condenado

Quem é Marie
ou Emily a essa altura?
Quem é Lara?

Eu sei de toda a verdade
Que sobra
Eu sou uma bomba-relógio
Não sabe?

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