terça-feira, 18 de junho de 2024

3 Body Problem

Perfumo suas palavras
Em meus dois olhos fechados
Como faca no pulso
Como ter as mãos decepadas
O sorriso que carrego quando me lembro
Do X e do Z
Do poema que te escrevi sobre aquele dia
Sobre te rezar como seguir um culto 
Porque a minha fé não era sã
Leio textos, olho fotos suas
Lembro do cheiro do seu cabelo
Lembro de sentir sua pele
Tenho asco de mim
Quero enterrar-me viva
Quero desviver
Obedecê-la
Porque esse rombo em mim
Não é tolerável
E nunca foi
Me lembro de te enfiar
No meio dele
Na esperança de dispersar os raios
Mas você escorregou e foi embora
E de alguma forma
Depois que você terminou
O rombo era ainda maior
E não importa o quanto eu coma
A grama cresce ao redor
Nunca no meio
Eu posso tornar-me planeta
Mas sem gravidade
Meu magma não tem mais nome
Nem latitude
Eu sou a rota entre duas órbitas
O que o vácuo faz entre dois objetos
O meio entre eu, você, e o que
Nunca poderíamos ter sido

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