quarta-feira, 23 de julho de 2014

Bem-estar

Está tudo bem, eu acho.
Exceto meus textos.
Exceto eu. Talvez.
Desabafo tanto que as palavras já não saem bonitas.
Nem eu tenho saído bonita.
Mas tá tudo bem.
E eu te amo.
E eu não vou me matar.
Será?
Anda tudo tão correto
(nem tanto).
Escola.
Faculdade.
Adultecer.
Não confio em gente grande, e em 21 dias,
Eu serei uma.
Como você,
Que não sabe o que faz.

Você está todo bem.
Está tudo bem entre nós.
Está tudo bem com você.
Está tudo bem comigo também.

Eu só não quero ir a escola.

Uma moça me disse hoje que você vai tentar se matar.
De novo.
E eu acredito.
E não me vejo fazendo nada pra mudar este fato.
O conformismo é uma droga.
E eu sou uma tremenda viciada.

Não quero que você se mate.
Não quero me importar.
Não quero sequer existir.

E por isso estou entrando de volta nessa vida insuportável
De acordar cedo todo dia
De estudar
De trabalhar
De me esforçar
(não que eu me esforce de verdade, isso seria viver).

Não há amor no mundo além do nosso.
Eu tenho muito aqui,
Muito a ser desprezado.

Mas estou cansada de ter que lutar para escolher um lado.
É preciso sobreviver. Apenas.
Não viver. Não existir.
Sobreviver.
Sub-viver.

Eu posso me cortar nas terças,
Me embebedar às quintas,
E ir passear no sábado.

No domingo eu posso odiar a vida,
Te amar na segunda,
E pedir uma ajudinha na sexta.
Só para estar em dia com a minha necessidade.

Na quarta eu posso matar aula,
E quem sabe fugir pra algum lugar interessante.
Quem sabe eu me drogue numa quarta.
Ou pule de um abismo
Ou só fume um cigarro.

Um cigarro que me lembre você.

Você finge que está tudo bem.
Mas não deve estar,
Não pode.

E eu minto.
Minto contigo.
Porque eu te amo.

E vou te seguir aonde você for.
Ou vou existir.

Eu vou adormecer todas as minhas atitudes.
E voltar aos meus afazeres insuportáveis.
Me disseram que isso é crescer.

E minha terapeuta me ensinou o caminho,
Eu só preciso ir,
Pra morrer.

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