Escuto poesias
recitadas sobre o ar
tais quais canções
que cantei outrora
e que semeei dentro de mim.
Memória:
a audição não bem distingue
o dito do desdito,
o agradável do desprezível,
o melódico do meramente prático.
A mente em comando de voz:
reproduzir,
não sabe o poder que carrega,
não sabe de si
ou o que a leva
a banalizar o som da agonia.
A verdade às vezes espia
as brincadeiras,
figurino da tristeza.
Nós taxamos de riqueza
o que devia ser ruim.
Quem foi que disse
que devia ser assim?
Quem foi que fez de nós
quem somos?
Temos cura?
Temos solução?
Eu sou o defeito da espécie.
Sinestesia, falha, ponta à cabeça.
Acho que nem Deus sabe
o que fazer aqui.
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