Para quando falam comigo
Não tenho voz
Pra quem precisa de meu alento
Não tenho coxas
Para servir de colo necessário
Não tenho braços
Pra proteger aos tolos indefesos
Não tenho amor
Para distribuir a estranhos
Nem paciência
Para semear entre os familiares
Não tenho energia
Para desperdiçar
Com estes miseráveis
Nem autoestima
Para suportar minha imagem no espelho
Não tenho vontade de acordar
Se não me lembrar do teu rosto
Não tenho paz para dormir
Se não imaginar teu corpo
Nada me satisfaz
E tudo que eu sinto é muito pouco
Eu só quero gritar e sair daqui
Estou apavorada
E exausta
E desesperada
(Isso não é novo)
Mas a tua penumbra
Me carrega
Pro lado eterno da passagem
Entre o mundo dos mortos e dos vivos
Eu nunca estou lá
E nunca estou aqui
E este é o nosso fim aflito
E este é o nosso fim aflito
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