Eu aperto meus dedos contra a palma da mão.
Eu quase não percebo.
Quando eu vejo estão doendo,
Tamanha a força que faço.
É involuntário.
Você.
O menino que só aparece de madrugada.
Alguém tá me mandando dormir mais cedo.
Sempre reclamam
'Não vai não'.
A madrugada é dos carentes,
Mas eu só quero dormir.
Eu preciso.
E você quase já não cabe
No meu querer ou precisar.
Eu tenho saudade às vezes,
Mas não é forte.
É verdade que algo em mim
Não quis finalizar a tua ida.
Estou sujeita a coisas
Que não gostaria de admitir.
Mas meus dedos,
Apertando a bolsa, confessam
O que eu me esforço tanto
Pra esconder.
E não é como se minhas palavras
Fizessem um trabalho melhor.
Nem meu coração parece aceitar
Que precisa bater mais lento, descansar.
Nada me obedece.
Tudo me entristece e cansa
Toda hora.
Não demora eu encontro outro motivo.
Hoje tem textos seus pra ler.
Eu sempre olho,
Eu sempre me entrego.
Eu esqueci de ler a tua história.
Isso está dando meio certo
Mas talvez não dê.
Eu nunca sei o que eu estou fazendo.
Você só aparece quando eu tô tentando dormir.
E eu escolho dormir.
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