Desculpe ser um fardo,
mas é que minha alma
quando suja
não é como um copo de vidro,
que pode ser lavado facilmente
em qualquer poça de lágrimas.
A morte em mim,
é como o cheiro impregnado no carpete.
E às vezes desconfio que só sai pegando fogo.
Que eu só me curo morrendo.
Que não sirvo mais pra mim.
Ainda me mora aquele tal dilema
sobre viver sem ti,
ou não sobreviver.
E é fatal que essa desaproximação
não mais me doa.
Mas morro.
A carcaça de mim é o que não te ama.
E se antes eu era fã dos urubus,
hoje me escondo.
Porque apesar do amor,
não posso me deixar ser devorada.
Esse não existir,
que é também não me matar
me assombra.
E amar-te me apavora.
E a marte vou,
Porque talvez por lá eu não te aviste,
Nem te queira.
É muito vazio decidir ficar aqui.
O paradoxo é que nunca me socorre.
Queria que o sol pela manhã não me doesse a face.
Queria que as gotas pudessem sair de mim e não do céu.
Queria poder me sentir em casa quando eu pensasse em você.
Mas não posso.
Você me doi sempre que eu te lembro.
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