Amar-te não significa
Querer-te por perto.
Equivale a precisar-te.
E para que minha alma seja livre,
Deixo-te.
Quero que o teu amor vá escoando aos poucos,
Enquanto eu tenho tempo de escrever-te poesias.
Despedir-me.
Algo no frio ensolarado desta manhã me faz não te querer aqui.
Quero que escorra de de mim
Como a luz do sol se escorrega
Dentro da melancolia da água.
Um desapontamento
De lápis
De criança na pré-escola
De pais descuidadosos.
Perdoei-te.
Mas minha mágoa não passou.
Te morro aos poucos,
Como se não me doesse.
Como se toda morte
Não fosse mesmo vã.
E se nossa morte é mesmo vã,
Eu viro água.
E escorro pelo nosso vão,
Cheia de mágoa.
E se não fôssemos nós,
Atados.
Atearia-nos fogo.
Ia.
Ia só.
E ia pó.
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