sábado, 11 de abril de 2015

Antes que sentencio

Te fumo, fumo, fumo.
Fumo teu pau,
Fumo o teu cabelo.
Consumo a tua alma,
Desespero.
Em tudo que eu amo há tristeza.
Há caos,
Mas aquele que eu reconheço.
Me agarras quando a noite chega.
Sou tua, tua.
E o que me aperta no mundo é bom.
As tuas mentiras se entranham na minha crença,
Esperança.
É tudo que tenho.
Não,
Não importa.
Os dedos que me tapam os olhos,
Me masturbam por dentro.
Tu com estas palavras
Me devastas o pranto.
Tens ideia do poder de guerra que elas carregam?
Tens a liberdade de ser Deus,
Quando te cabem os versos já conhecidos
Mas reclusos.
Deixo que me arrastem todos.
O cristal no sapato da moça,
O casal de irmãos que bebe água,
E mesmo aquele estranho que discorda tanto sem me conhecer.

Tudo que gira agrada
A minha espera por outros dias,
Em que o corpo possa tocar a minha vontade.
Tu torna-te açúcar
Nicotinado,
Que me dopa os dias,
Me tira o sono
E afasta a morte.

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