Tela em branco,
Preciso ser pintada.
Sou dor, só dor,
Quando me mora a satisfação.
Desenha em mim
O teu desejo mais mórbido.
Rabisca na minha vontade
A tua prece de morte.
E se eu me deito
No meio da rua escura,
É a ela que eu pertenço.
Não a você.
Deixo que seja tua a minha euforia
Por uma ou duas noites,
Por metade das noites do meu ano.
Deixo que seja tua a minha alegria.
Dessa vez verdade, servida no prato.
Torno-me tua margarida.
Alma venenosa essa que eu tenho.
Mas sempre boas intenções,
As de te ter comigo.
Espero que entenda
E espero que me pinte.
Faço-me tua hoje, na tua ausência.
Faço-me alegre sempre,
Em tua companhia.
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