Você me traz um presságio de morte.
A nuvem negra no céu anuncia tempestade
Sobre o mar incansável que sou.
Tenho consciência da dor que me cabe
Enquanto gente,
Que existe e insiste em ter personalidade.
Você chega e anuncia que me ama
E toda a euforia, que se põe neblina
Entre a verdade e a essência,
Logo se esvai.
Não demora até que eu me desvende de novo.
Você me agarra com as tuas preces
E o tanto de tempo que leva até que eu me rasgue
É o tanto de tempo que eu preciso
Pra entender por que você doi.
Você me disse algo
A respeito de eu ter companhia
Enquanto tu não a tem.
Hoje eu declarei
Pra curandeira da minha aldeia
Que você é agora algo que ninguém mais é.
E que não sendo você,
Não há ninguém que valha a estadia.
Talvez você não perceba
O tamanho da solidão que me atinge.
Disse a ela que você é a minha certeza de demolição.
Você vai me matar, eu sei.
E vai doer mais do que me aliviar a resistência insossa.
Mas existe lá dentro esse impulso,
Que rege todas as coisas que me dizem respeito.
E apesar de eu precisar correr,
Eu acabo indo em direção a tu, abismo.
Tudo isso vai acabar me destruindo.
Eu digo a ela que te aceito,
Insisto e insisto nisso, como se me convencesse.
Sei que você não vai me salvar de nada,
Mas ainda quero estar aqui,
Como se eu fosse isso.
Como se eu fosse tua.
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