Mais eu vou cedendo para esse outro mundo
Embora eu não compreenda o apelo,
A origem ou
Como se situa
Embora eu não conheça os alicerces
Ou a ponte em si
Como me divido em duas
Perante a psicose que se nutre
Da minha morte
E de meus respectivos sonhos
Talvez seja o mofo
Que se cria e reproduz sobre os meus dejetos
Como um mosquito sugando meu sangue
Ou as bactérias que moram em minha roupa perecível
Não entendo direito o porquê
Ou para onde estou indo
Mas me sinto acumulando,
Escorrendo,
Transicionando
Para este outro espaço
Perdendo as horas que me restam
Como eu fosse a areia de um relógio antigo
E faltam poucos grãos
Se comparar ao início
Talvez seja a magia
O poder de caos
A onipotência
Ou talvez
Seja o inverso do mundo
Porque lá eu consigo vencer
A batalha comigo mesma
Que estou constantemente perdendo
Lá eu tenho as ferramentas necessárias
Pra me repartir em várias
E me olhar nos olhos
Como encarasse um lobo
Como encarasse o espelho
E a imagem que se desfaz diante de mim
Eu tenho a chance rara
De vivenciar meus maiores medos
Meus maiores desejos
Meu ultimatos e extremidades
No fim das contas
Aqui não realmente existe
Antes fosse
Alguém, algo
Antes existisse
Mas isso ficou no passado
Um passado distante demais
Para que eu me lembre
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