quarta-feira, 3 de junho de 2015

Libélula

Não me importa a veracidade dos fatos
Não me basta a única batalha perdida
Não me aceito na inerte loucura aturdida
Não tolero mais os teus cegos relatos

Agora tenha em mente
Que eu existo independentemente
Da tua vontade
E o teu capricho egoísta
O teu teatro
Com tão insano roteirista
Já não entra mais
No meu alarde.

Sigo,
E todos eles sabem
Como eu sigo
Porque sou tão transparente
Quanto a asa da libélula
Criatura encantadora essa, aliás

É por dentro que tudo acontece
Que tudo deve ser feito, refeito, resgatado
Este lado, apesar de incongruente
É o lado
Onde eu sou capaz de me doar
Meu próprio sopro de vida

Eu vou me sentir sozinha
Na próxima esquina
E será tolerável

E talvez eu te encontre
No meu caminho ainda
Muitas vezes

E se tudo correr como planejado
Não doerás mais
Nunca mais
Pois estarei curada
De mim mesma

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