quinta-feira, 25 de junho de 2015

Café,

Quando eu era pequena,
Eu amava o cheiro quente e salgado
Do café sendo feito na hora.
Eu seguia aquele cheiro até o copo
Só para não prová-lo.
Descobri uma vez
O quão diferente era o gosto
E passei a ignorá-lo.
O cheiro me bastava.
E pouco a pouco
Foi morrendo a magia.
Eu bebo café às vezes,
Não tem graça.
O gosto,
O cheiro já nem importa mais.
A efemeridade do prazer
Ficou no ar da minha infância.

Assim é o amor, querido.
Assim é o meu amor por você.
Como o cheiro indegustável do café.
Como o efêmero gosto do aroma falso.

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