"Quem és tu, afinal?"
"Não sou."
"Então não existes?"
"Não como eu, não. Apenas vivo.
Respiro e tento me satisfazer.
Mas, ser, não sou.
Não há identidade que me caiba, dona lagarta."
"Mas, Alice..."
"Um nome é apenas um nome. Não significa."
"Desta forma, os meus dez centímetros não diferem dos teus."
"De maneira alguma. A efemeridade das coisas é tão imensa, que já nem faz sentido dar tanta importância a algo tão banal quanto uma identidade."
"E como escolher um caminho sem uma identidade?"
"Aí que está. Não é preciso escolher um único caminho. Assim como a sua forma, todos os caminhos são mutáveis. Não é preciso ser para agir. É preciso querer."
"Nunca será possível querer uma única direção."
"E não é necessário. Desde andemos para algum lugar. O movimento causa a ilusão de existência. É disso que eu preciso. Creio que precisamos todos nós."
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