domingo, 21 de junho de 2015

Nem o brigadeiro

Que vida horrível.
Estou comendo sem vontade de comer,
Vivendo sem vontade de viver,
De pintar, de escrever,
De estudar
E sequer de amar alguém.

Eu me sinto mais perto
De me sentir humana
Quando te permito
Ausentar-se em mim,
Com voz em fuga,
Me sugando o ar,
Existindo
Em outro lugar
Que não aqui.

Apenas quando doi
A minha saudade
Eu insisto
Em querer sentir
Alguma coisa.
Mas é só dor, sempre dor.
Tristeza e vão.

Eu queria te amar,
Mas tu não recebes mais
Minhas cartas apaixonadas.
Tu não me amas.

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