Eu continuo observando coisas que não fazem sentido pra mim. Queria pintar meu cabelo de azul, de preto, e aí emagrecer. Queria ter a pele bonita, uma mente limpa, uma vontade sã. Tudo isso falta. Falta paciência e talvez compreender que é tempo de ir. Eu acordei hoje pensando em você de novo. Mentira. Quando o dia começou, e o sol me viu pela primeira vez nesse domingo, eu já havia passado uma inteira madrugada pensando e despensando em você. De dez em dez minutos. É o tempo que dura a realidade, não é? Talvez não. A manhã viu estampado na minha nuca o sofrimento estranho de não te ter. Eu me sinto indigna de tudo isso. É como se eu não merecesse viver depois de desamada por ti. Quem é você? Por que eu te amo tanto? Sua falta não tem nenhum sentido, lógico, prático ou moral. Você é um absurdo que me aflige. E por alguma razão, domingo é um dia especial para sofrer por tua causa. É isso. Domingo é o feriado da nossa relação (que já inexiste a este ponto). Tudo em mim coça para falar com você. Eu escolho cores, rabisco, renovo as camadas da minha pele em agonia. Espero que a chuva volte e te traga com ela. Para que eu tenha tempo de estar contigo e descobrir que te desconheço. Que não te espero ou desejo. Mas é preciso tempo, espaço, paciência. Temo que o estoque seja escasso e o preço alto. Temo que não tenhas nome, endereço, ou ainda sangue correndo nas veias até hoje. E que você desapareça no vento, com a minha vontade de ser feliz. Carregando consigo todas as coisas invisíveis que eu degustava nos meus suspiros. Apaziguando meus ânimos e impulsos nervosos tão queridos, me deixando só. Não quero ficar só. Quero você. Não vai embora.
Não vai embora.
Fica.
Volta.
Eu ainda te amo.
Fica.
Volta.
Eu ainda te amo.
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