Tão ridícula e farsante quando apaixonada
Que cabem os mesmos versos
De ano em ano
A cada vez endereçados
A uma nova pessoa.
Miguel tomando o nome
Do indivíduo perdido da vez
E tudo se repete
É ele, ó salvador
É ele que tanto morre
E os apelos são os mesmos
Brinquedos meus
Para tentar gostar da vida
Numa enorme alegoria
Numa alegria fingida
É tão assim, inóspito
A releituras
Patético de tão infantil
Inconsistente, negligente, forjado
Daqui a três meses
Estarei lendo e relendo
E pensando "é tão normal assim"
Depois de gritar versos desesperados
De amor
Eu deveria dizer que amo com menos frequência
E também com menos frequência
Dizer que desejo a morte.
Talvez eu possa não ser a paixão medíocre e estúpida
E o álcool, cigarros, cortes
E coisas repetitivas, suicídios,
Talita e Miguel - a dupla dinâmica
Ainda procuro alguma identidade
No mundo real, Débora
Não os pais, não os filmes, livros desenhos
Não as músicas ou os amores
Não as minhas próprias invenções
Eu.
Autônoma.
Existente.
Genuína no que diz respeito
A sentir coisas pelos outros
E não apenas repetir
O comportamento padrão.
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