terça-feira, 26 de maio de 2015

Falsete

Primeiro você me olha
E quando eu não olhar de volta
Você fala
Eu vou escutar
E enquanto eu responder
Você se distrai
Pode ser com uma borboleta
E aí eu vou te tocar
Talvez você se assuste
Não sei bem como funciona
Mas se não doer
Deixa
Porque é daí que tudo parte
E eu me parto em duas
Para ser o que você precisa
Não eu
Nunca eu
E se um dia
Você descobrir meu nome
Escrito por debaixo desta pele escravizada
Me chama
Que aí eu serei tua
Só tua
Inteiramente
O todo, e não as partes

É preciso antes de tudo
Paciência
Para ter amor
Como ninguém jamais ouviu falar
Como o calar
Que cabe em todas as árvores
Do verde meu
E teu

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